segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Praceta Gil Vicente


Gil Vicente
(14651536?) é geralmente considerado o primeiro grande dramaturgo português, além de poeta de renome. Há quem o identifique com o ourives, autor da Custódia de Belém. Enquanto homem de teatro, parece ter também desempenhado as tarefas de músico, actor e encenador. Sabe-se que casou com Branca Bezerra, e em segundas núpcias com Melícia Rodrigues, teve cinco filhos.
O seu primeiro trabalho conhecido, a peça em castelhano “Monólogo do Vaqueiro”, foi representada nos aposentos da rainha D. Maria, consorte de Dom Manuel, para celebrar o nascimento do príncipe (o futuro D. João III) sendo esta representação considerada como o marco de partida da história do teatro português.
Ocorreu isto na noite de 8 de Junho de 1502, com a presença, além do rei e da rainha, de Dona Leonor, viúva de D. João II e D. Beatriz, mãe do rei. Tornou-se, então, responsável pela organização dos eventos palacianos. Dona Leonor pediu ao dramaturgo a repetição da peça pelas matinas de Natal, mas o autor, considerando que a ocasião pedia outro tratamento, escreveu o “Auto Pastoril Castelhano”.
De facto, o “Auto de Visitação” tem elementos claramente inspirados na "adoração dos pastores", de acordo com os relatos do nascimento de Cristo. A encenação incluía um ofertório de prendas simples e rústicas, como queijos, ao futuro rei, ao qual se pressagiavam grandes feitos.
Se foi realmente ourives, terminou a sua obra-prima nesta arte - a Custódia de Belém - feita para o Mosteiro dos Jerónimos, em 1506, produzida com o primeiro ouro vindo de Moçambique.
Abaixo a capa da edição original do “Auto da Barca do Inferno " e a Custódia de Belém

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